Estou falando da nossa percepção em relação ao tempo, não na sua divisão arbitrária em unidades, tais como horas, minutos e segundos. Este tipo de divisão resulta, apenas, do tamanho da vara de medição.
Agora: o tempo do relógio parece-te muito real porque está baseado, aparentemente, no movimento do planeta à volta do sol. Ora, não existe nenhuma razão real para organizarmos as nossas atividades de acordo com a luz e a obscuridade. Muito simplesmente, isso é conveniente... tal como é conveniente ter o planeta a girar à volta do sol, equilibrando as forças centrípetas e centrífugas.
Por «percepção em relação ao tempo» quero dizer que nós somos capazes de perceber a «duração» de um acontecimento, quero dizer que percebemos uma ocorrência, depois outra, depois outra ainda. Mas, se pudesses experimentar todos os acontecimentos de uma só vez, o tempo não seria uma obstrução sensorial ou uma limitação.
Imagina um enorme tapete feito de fios verticais e horizontais: cada fio vertical é um ponto percebido do «agora»; os fios horizontais representam o espaço. Os fios diagonais coloridos que formam o desenho do tapete, são os acontecimentos da tua vida, ocorrendo no tempo (vertical) e no espaço (horizontal).
Agora, imagina um pequeno inseto deslocando-se sobre o tapete: - se ele se deslocar ao longo de um fio horizontal (espaço), terá de passar por cima de imensos fios verticais, ou seja, experimentará pontos do «agora» sucessivamente... Mas fica preso num único lugar físico, porque os fios horizontais representam o espaço.
Ocasionalmente, ao tropeçar com um fio colorido, experimenta um pedacinho da tua vida; - se subir ao longo de um fio vertical (tempo), terá de passar por cima de imensos fios horizontais, ou seja, experimentará pontos sucessivos do espaço... mas fica preso num único momento do tempo, no ponto do «agora». Por outras palavras, experimentará tudo o que sucede através do espaço... num único momento.
Assim, como está num determinado ponto do tempo, verá «fotografias» do que sucedeu em muitos pontos do planeta nesse determinado instante... incluindo o que se passou na tua vida.
Obviamente, se o nosso inseto se tornasse inteligente e decidisse seguir ao longo de um dos milhões de fios diagonais coloridos... experimentaria a vida inteira de uma pessoa. Ora, do vantajoso ponto de vista «exterior» nós podemos ver o tapete completo: o tempo, o espaço e a tecitura das vidas das pessoas; e, se assim o desejarmos, podemos deixar-nos cair sobre qualquer ponto da trama e experimentar as suas vidas com elas. Ficaríamos, no entanto, muito ocupados, porque rapidamente nos dariamos conta de que existem milhões de tapetes pendurados ao lado deste, prolongando-se até ao infinito... além de que os fios coloridos passam de um tapete para outro, entretecendo-se em três dimensões – os tais universos paralelos de que já ouvimos falar!
Mas a coisa não fica por aqui: se quiseres, ainda podes ver, embora indistintamente, uns «tapetes etéricos» resplandecendo perto das suas versões físicas, isto é, os tapetes que correspondem aos planos superiores! Será que existe alguém te observando, tal como você observou o inseto à medida que ele se movia no tapete, com a cabecinha olhando para baixo, seguindo diligentemente um pequeno fio?
terça-feira, 30 de março de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário